O que você precisa saber sobre os Microinversores!
Ao se projetar um sistema fotovoltaico conectado à rede, o inversor é parte responsável pela conversão da energia em corrente contínua, gerada pelos painéis fotovoltaicos, em corrente alternada. Ele também é responsável por captar o ponto de máxima potência dos painéis, alcançando assim seu melhor desempenho na curva de tensão versus corrente. Esse ponto também é usualmente conhecido como MPPT (maximum power point tracking).
A escolha pelo uso de microinversores ou inversores string passa por diversos fatores, como: econômico, arquitetônico e fatores técnicos.
Econômicos, pois um projeto com microinversores, normalmente, tem custo superior aos projetos com inversores string. Com exceção de projetos de pequeno porte, onde são necessários dois ou três microinversores;
Arquitetônicos, já que em um projeto com microinversores o uso de proteções para corrente contínua não são necessários, uma vez que os micros fazem a conversão CC/CA logo na saída do painel fotovoltaico. E por esse motivo, os micros ficam instalados junto a estrutura de fixação dos módulos, assim, há a necessidade apenas de se realizar a instalação das proteções de corrente alternada que, muita das vezes, é feita no próprio quadro de disjuntores da casa.
Já em uma instalação com inversores string, existe a necessidade de um quadro de proteção CC anteriormente a entrada do próprio inversor. O qual deve ser colocado em local abrigado.
Além disso, o sistema com micros torna o projeto arquitetonicamente moldável para telhados com pequenos espaços e diferentes orientações e inclinações, o que é bem mais restrito em projeto com inversor string, onde é permitido apenas uma ou duas orientações por inversor;
Fatores técnicos, uma vez que deve ser analisado pelo projetista o local onde será implementado o sistema fotovoltaico. Além das questões de diferentes orientações e inclinações, citada anteriormente, o projetista deve se atentar a projeções de sombra sobre os módulos fotovoltaicos.
Em um sistema com micro, a perda por sombreamento é menor que em um sistema de string. Isso porque o sombreamento parcial ou total de um módulo em um sistema string afeta toda a fileira de módulos, enquanto que em um projeto com microinversores, apenas o painel sombreado irá sofrer perdas. Esse mesmo fator também se aplica em caso de falhas em um módulo. Em um projeto com microinversores a falha em um painel não irá afetar aos demais, diferentemente de um projeto com inversor string.
SOMBREAMENTO:
Quando os painéis solares são conectados em série, a sombra em apenas um deles pode afetar drasticamente toda a matriz de painéis reduzindo bastante a energia produzida por todo o sistema fotovoltaico.
Como, por exemplo, uma árvore faz sombra sobre um dos painéis do conjunto e isso cause a redução na geração para 70% do normal.
Em um sistema com inversor string "comum", os demais painéis da fileira sofreria com esta perda de performace por estarem ligados em série.
Já em um sistema com microinversores, apenas o painel sombreado irá sofrer perdas na produção de energia, enquanto que os demais produzirão normalmente.
REDUNDÂNCIA:
Se seu tradicional inversor central apresentar alguma falha (isso é raro) todo o sistema fotovoltaico para de funcionar até que esta falha seja solucionada. Se um microinversor desenvolve uma falha, os microinversores restantes continuam a funcionar independentemente. Ou seja, em caso de falha em algum microinversor o seu sistema só perde a produção de energia dos painéis ligados a ele, até que o mesmo seja reparado.
NÍVEL DE TENSÃO:
Tradicionalmente, os sistemas que usam o inversor string funcionam com tensões variando de 80V até 1.000V em corrente contínua. Já os microinversores trabalham normalmente com tensões de até 47V em corrente contínua e 127V ou 220V em corrente alternada.
MONITORAMENTO REMOTO:
Quase todos os inversores têm algum tipo de monitoramento e detecção de falhas, no entanto, eles só conseguem monitorar a planta como um todo. Já o microinversor, pode monitorar cada placa fotovoltaica individualmente, permitindo assim que você facilmente identifique exatamente o que está acontecendo com cada um dos painéis solares no seu telhado.
MODULARIDADE:
Cada modelo de inversor possui um limite máximo de painéis solares conectados a ele. Por isso, é necessário que o projetista observe a máxima potencia de entrada no equipamento. Já os microinversores permitem a instalação dos painéis de maneira modular. Para acrescentar novos painéis a planta fotovoltaica, adiciona-se um novo micro a sequencia. O projetista deve, no entanto, observar a quantidade máxima de micros ligados em um mesmo barramento.
ORIENTAÇÃO DOS PAINÉIS FOTOVOLTAICOS:
Para que o inversor funcione corretamente, quando os painéis são conectados em série, todos eles devem ser instalados com a mesma orientação e inclinação para produzirem a mesma tensão e corrente.
Quando houver, por exemplo, um inversor com 2 entradas independentes, os painéis fotovoltaicos podem ser instalados com até duas posições diferentes, desde que todos na série tenham a mesma inclinação e orientação.
Já os microinversores permitem painéis com multiplas orientações, uma vez que é comum cada um possuir de duas a quatro entradas independentes.
Quando os microinversores são uma melhor escolha:
Como você pode ver, há uma série de vantagens em usar microinversores no seu sistema fotovoltaico. As razões mais comuns pelas quais as pessoas escolhem usar o microinversor são:
- O telhado possui muitos pontos com sombreamento;
- O telhado possui diversas orientações e não é possível adequar muitas placas em uma mesma série;
- Quer instalar um sistema menor que 2 kWp;
- Quer começar pequeno e ir expandindo o sistema aos poucos;
Simplesmente pois quer ter o que há de novo em tecnologia.
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